sexta-feira, 27 de setembro de 2013


HÁ 40 AN0S...


É isso mesmo, Nilceu, depois de amanhã completaremos 40 anos de casados, sem contar os outros quatro de namoro, noivado, enfim, de amorosa convivência.

Nos últimos dias, muitas vezes, tu chegas perto de mim e comentas: “Como esse tempo passou depressa!” Certamente! Mas existem razões que bem podem nos explicar o porquê dessa rapidez.

Desde que nos conhecemos, em 16 de maio de 1965, passamos a viver um para o outro: em cada fase da vida, de acordo com as necessidades e exigências familiares e/ou profissionais, de uma forma mais próxima ou um pouco mais distanciados, mas sempre pautados pelo amor e pelo nosso código de ética, que foi sendo tacitamente estabelecido ao longo do tempo e, para nós dois, de absoluto respeito.

Nesses anos todos, compartilhamos a vida: houve momentos maravilhosos, outros bons, outros nem tanto... houve também os difíceis, os muitos difíceis, mas superados pelo amor e pelo respeito mútuo.

Entre os momentos maravilhosos, podemos lembrar o dia em que nos conhecemos, o que nos casamos, o nascimento do Junior, da Raquel  e da Mauren (o nascimento de cada um deles foi especial, diferente, particular); a chegada do Eduardo e da Isabela, o que, embora tenha me obrigado a dormir com o vovô e tu, com a vovó, nos trouxe também uma nova e rica experiência de vida. A presença da Nonô na família que, tenho certeza, é uma filha que veio para nós de outra forma.

Entre os bons momentos, considero nossas conquistas profissionais e também as materiais. Não posso esquecer as acadêmicas, pois tanto eu como tu concluímos o curso superior e o mestrado já caminhando juntos.

Os que não foram tão bons prefiro esquecer, e dos difíceis guardo as sábias lições que sempre soubemos tirar desses fatos inevitáveis.

A rapidez desse tempo se deve também aos inúmeros sonhos que acalentamos para nós e para nossos filhos: o empenho para tudo isso exigiu tempo, dedicação, compartilhamento...

Tudo nos envolve e faz o tempo parecer voar... Mas como disse Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”.

Enfim, no balanço que, hoje, faço da nossa vida a dois, posso dizer que os momentos positivos superaram em muito aqueles que não foram bem como gostaríamos que tivessem sido. Embora não seja muito dada a cálculos, afirmo que, com certeza, o lado bom corresponde a, no mínimo, 95% desses anos. Estou certa? Aceito ser corrigida...

O que aqui expressei, são breves registros daquilo que me vai n’alma, mas ainda preciso refletir um pouquinho mais tanto sobre o passado como sobre o futuro. No que diz respeito àquele, não posso deixar de prestar meu tributo de gratidão a nossos ascendentes e irmãos, que nos deram a base necessária para nossas vidas e/ou o apoio em cada momento alegre ou triste, mas sempre presenças decisivas, carinhosas, amorosas...

Quanto ao futuro, basta apenas continuar  cultivando nossos valores e bem vivendo a vida, pois  em termos familiares, profissionais e sociais, penso que, até aqui, a lição está muito bem feita, não digo concluída, pois sempre há o que se fazer...

Com relação a nossos filhos, acho que lhes demos raízes e asas – é só curti-los, amá-los, partilhar com eles os bons momentos, as conquistas, as alegrias e ampará-los em suas dificuldades.

Com relação aos netos, amá-los muito e educá-los pelo exemplo, apenas chamar a atenção quando absolutamente necessário, pois esse papel não é nosso, senão em raras exceções, digo até raríssimas.

Com relação a mim, felizmente, tenho ainda que zelar pela minha mãe e cultivar a amável, carinhosa e respeitosa convivência com minhas irmãs e sobrinhos. Com relação a nós, minha sugestão é viver, cada vez mais, pautados pelo amor, pela ética e respeito a nossas individualidades, pois, certamente, foi isso que nos fez tão felizes até aqui, que até nos parece que não são 40 anos... temos a sensação de que foram, talvez, 10, 15... Sei apenas que vivemos, demos vida que se transformaram em novas vidas, que espero, possamos continuar dando a essas vidas nosso testemunho do que seja realmente viver.



                               Amorosamente, Aliris

Casa da árvore*, 06/02/2009





*Em nosso quintal, existe uma gostosa casa na mangueira que fascina não só as crianças como também os adultos.