NEM TUDO SÃO FLORES
Ter
de aceitar o inaceitável é dor pungente, é exercício que desfibrila o coração,
que destrói sonhos, devaneios e também hábitos simples que, até então, nem eram
tidos como significativos.
Quando
não encontramos em nós solução para o que nos aflige, vamos buscá-la na
família, nos amigos, na ciência do corpo e da mente, na transcendência... onde
nos parecer mais adequado. Sei que na porta em que batermos, haverá um coração
que nos acolhe, alguém que nos escuta ou uma luz que se acende e tenta
permanecer acesa. Mas sei também que a dor de cada um é única, individual.
Há
momentos que somos apenas dor e – não sei por quê? – esses momentos acontecem
principalmente nas madrugas insones. Foi num desses
momentos que percebi que a possibilidade menos dolorida nessas situações é um
pacto honrado com o inaceitável.
Quando
escrever sobre flores, certamente serei mais prolixa.
Aliris 19.02.2017