sábado, 29 de abril de 2017

RESENHA — DEZ MULHERES





Romance da autoria da chilena Marcela Serrano, tradução de Paulina Wacht e Ari Roitman, ed. Objetiva, 2012, é uma obra tanto instigante como comovente.

A psicanalista Natasha, a 10ª mulher, reúne nove pacientes – que até então não se conheciam – de diferentes idades (19 a 75 anos) e de estratos  sociais e culturais também diferentes. Tantas diferenças...tantas identidades...

Nesse encontro cada uma delas narra a sua história, com absoluta sinceridade, elas expõem seus sentimentos ao longo da vida, suas dificuldades e conquistas, alegrias e tristezas, amores e desamores, valores, medos... Narram, principalmente, os desafios de viverem como mulheres: o foco principal é a essência de cada qual: a família é importante, mas não sobrepuja a elas próprias. A maternidade não se funde com a essência de nenhuma delas.

Cada uma é ela própria, não a sua sombra. Quando uma sombra as ameaça, elas buscam resolutas o seu “eu” e arcam com o preço da escolha. Mulheres fortes e lutadoras que, na sua busca, conseguiram, como afirma Natasha, caminhar “com o passo mais leve, debaixo das estrelas: não as já conhecidas, mas as que estão nascendo, produto da morte das outras.”

Meu conselho: leia e releia quantas vezes quiser. Na história de cada uma delas, há um pouco da nossa história. Há momentos em que sentimos vontades de colocá-las no colo. Ou será o colo que estamos querendo para nós mesmas?!




Aliris   29.04.2017