sábado, 3 de janeiro de 2015

É NATAL OUTRA VEZ


... e a magia transforma novamente nossos corações e nossas rotinas.




        
                  Há quem diga que o Natal de nossos dias se afastou completamente de seu sentido verdadeiro: comemorar o nascimento de Jesus.
         Não penso exatamente assim porque é, neste momento, que nos aproximamos mais de familiares e amigos, nos reunimos para celebrar o amor, a amizade, a solidariedade. Tudo isso nada mais é do que a forma como homenageamos o grande aniversariante, porque estamos colocando em prática o que ele nos ensinou. Haverá homenagem mais bela e profunda?!
         É por tudo isso que adoro o Natal. Comemoro-o por muitas razões que vão desde a herança familiar que recebi até a que pretendo legar.
         Para mim, tudo é lindo: a confecção ou a compra dos presentes, abrir caixas com enfeites que acumulei por anos e distribuí-los pela casa, o pinheirinho armado na sala, o presépio, a família empenhada em tudo isso para prepararmos a chegada de Papai Noel – em pessoa – e a grande ceia da qual participam tanto a família de sangue e amor como a de escolha e amor.
         Tudo pronto! Abraços são trocados, emoções exteriorizadas, mesa posta e... ouve-se o som da inconfundível sineta de Papai Noel – o mesmo que nos visita há mais de 30 anos, o que, para os mais jovens, significa a vida toda.
         Nessa hora, os adultos se igualam às crianças: cada qual vibra quando é chamado para receber seu presente e os sábios conselhos do nosso Papai Noel que conhece muito bem cada participante desse encontro tão aguardado a cada ano.
         Acredito fielmente que toda criança que viveu, pelo menos uma vez, um Natal feliz, quando adulto, sempre comemorará a data, seja desta ou daquela maneira e, por toda a vida, fará uma pausa para a confraternização, para o aconchego, para o amor.
         E, assim, o grande homenageado do Natal continuará sendo referenciado por seu maior legado: o amor que gera amor.



Amorosamente, Aliris
20.12.2014




MEU CANTO, MEU RECANTO, MEU ENCANTO



         É assim que sinto a minha casa, meu lar, meu refúgio deste mundo nada fácil. Aqui vivemos eu e o Nilceu – quando nos mudamos para cá, há mais de 20 anos, éramos cinco, mas os filhos, como é natural, sem esquecer as raízes, bateram asas e cada qual foi em busca do seu próprio caminho.


                   Sei que o espaço físico é grande demais para duas pessoas, mas cada canto desta casa é especial: fala de passado, presente e, muitas vezes, até de futuro. Acalenta meus sonhos, me dá conforto, intimidade, inspiração... me faz feliz.
         Esta é a casa em que morei por mais tempo ao longo da vida. Nela passei incontáveis momentos de alegria que os que não foram bons ou tão bons se esvaíram entre risos, companheirismo, amigos presentes, visitas de filhos, nora, netos... Enfim, este é o meu mundo!
         A minha casa tem espaço para tudo: amor, amizade, trabalho, introspecção, lazer e, agora, até para artesanato, que nada mais é do que um espaço de convivência que fortalece amores e amizades se estreitam mais e mais.
        Para o artesanato, inspirada no ateliê da minha irmã Ana Lucia, montei, há pouco tempo, num dos quartos da casa, o meu.


           Como sugere o nome, uma tarde no ateliê, regada com boa conversa, trabalho descompromissado e chá inglês (presente do Edson e da Eliane) vale por meses de terapia. Ao juntar retalhos, tecer fios ou preparar enfeites de Páscoa ou de Natal, a conversa flui, os sentimentos afloram, se firmam, se confirmam... A minha (três vezes) comadre Tânia sabe muito bem disso!
         Amo minha casa tanto no aspecto físico como no psicológico. É claro que, embora distintos, se sobrepõem: o quadro que lembra a terra natal, as relíquias de família vistas aqui e ali, os potes cheios de guloseimas para os netos, mas que os filhos também curtem, a gaveta do Dudu e a da Bebela com o básico para ficar um ou dois dias com o vovô e a vovó.
         A área externa é também uma delícia. As varandas – lugar de incontáveis comemorações – merecem destaque especial. Uma delas abriga a “mesa da diretoria”, com 12 lugares, muito disputada em dias de reuniões de amigos ou aniversários: os adultos se julgam com a preferência, mas os jovens também não abrem mão de seu espaço. Uma curtição... pena que, no último aniversário do Nilceu, minha amiga-irmã Clarice ficou muito desapontada porque, como chegou mais tarde, teve de se refugiar em outra mesa...ela ficou inconformada! Nada que não se resolva: hoje ela já tem cadeira cativa. E a Marinês também: elas são inseparáveis.
         O pátio, para me expressar em gauchês legítimo, com a policromia das flores e árvores frutíferas, encanta! Lá estão a pracinha, a casa da árvore, a casa de boneca, a piscina e até a Branca de Neve e os sete anões – meu sonho de infância, e também o Tuco  e o Biscoito, os cachorros do Dudu, sempre a interagir com os que chegam.
         Existe também o caramanchão (pérgola) que, desde outubro passado, adquiriu significado mais do que especial: foi o pálio de flores amarelas que abrigou a cerimônia civil que confirmou a união do Junior e da Nonô, juntos há 19 anos.
  


         É, também, no pátio que convivo com várias espécies de pássaros que têm, por todo lado, casinhas para se abrigarem, procriarem, quando não são eles próprios que as constroem.  O canto dessas diferentes espécies se fundem, se confundem em harmoniosa orquestra que dispensa maestro ou qualquer outra formalidade... tudo composto pelo cantar de um, o replicar de outro, outro, outro... Ouvi-los enfeita meus dias e me faz lembrar, mais uma vez, que a verdadeira beleza está ao nosso lado. Basta exercitar a sensibilidade para descobri-la!
        

         Por tudo isso, tenho tido, cada vez mais, vontade de ficar em casa. Aqui tenho ambiente e espaço para fazer o que gosto: ler, receber amigos e familiares, escrever, bater-papo com pessoas queridas, tricotar, fazer algumas costurinhas, meditar ou o que mais achar bom... tudo no aconchego deste teto que me protege, me estimula, me preenche!
         É na minha casa que me escondo, na medida do possível, da brutalidade, do desrespeito explícito – do implícito, é impossível – enfim de tudo o que não deveria existir.
         Acho que estou pondo em prática o que sempre pensei: “Conquiste as coisas e se de tempo para desfrutá-las”. De fato, tudo o que hoje desfruto, nada mais do que conquistas, quer no aspecto material, quer no imaterial que, para mim, é de valor incalculável.


Amorosamente, Aliris

27.11.2014
MINHA PARTICIPAÇÃO NA 60ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE


 Foi uma alegria ter estado presente nesse tradicional evento de cultura da minha terra.



        
         Tive uma participação modesta, é claro, mas bastou para me encher de entusiasmo para novos projetos. Avivou, também, planos adormecidos, dispersos em meio a tantos outros interesses.
         Ter publicado a crônica Sabiá, acordei com saudade de você!, na Coletânea Escritos – volume 6, me credenciou para a sessão de autógrafos no último dia 7, numa das salas do Memorial do Rio Grande do Sul e também me colocou em contato com outras pessoas que, como eu, fazem do escrever mais uma forma de diálogo com o nosso conturbado mundo moderno.
         Essa tarde foi realmente especial para mim porque tive a companhia de pessoas muito queridas e a afável acolhida do organizador e dos demais autores da Coletânea.
        


          Enfim, me fez, mais uma vez, reafirmar a mim mesma que não podemos perder nenhuma oportunidade para desfrutar pequenas alegrias que alegram nossas vidas e nos animam a novas buscas.
  

Amorosamente,  Aliris
18.11.2014