quarta-feira, 27 de agosto de 2014

SE EU PUDESSE NOVAMENTE VIVER A MINHA VIDA...
(A meu marido e a meus filhos, coautores do meu cotidiano, há mais de 40 anos.)


Sobre essa questão, com certeza, todos nós, na vida adulta, pensamos algumas vezes. Assim eu, há poucos dias, em momento muito meu, me peguei, uma vez mais, pensando sobre isso. Pensei também que a resposta fica sempre incompleta ou comprometida pela situação que estamos vivendo naquele exato momento. Resolvi, então, que completaria o raciocínio sem o calor de nenhuma emoção, sem atropelos... E assim fiz!
Conheço o que pensaram sobre o assunto dois grandes escritores: o argentino Jorge Luis Borges, que faria grandes mudanças, enfim reescreveria a sua vida; e o brasileiro Rubem Alves, falecido recentemente, que viveria como viveu, sem retoques.
Inspirada na opinião de um e de outro, tive mais facilidade para me posicionar e concluí que faria duas modificações – que parecem pequenas – mas, com certeza, fariam toda a diferença. Enfim, minha posição se parece mais com a de Jorge Luis Borges, embora seja admiradora das ideias e reflexões de Rubem Alves.
Em primeiro lugar, com absoluta convicção, teria sido muito mais emoção do que razão. E, consequentemente, teria vivido com menos rigidez, mais harmonia, mais leveza. Que diferença para mim e para aqueles com quem convivi. Sim... convivi; porque sei que hoje sou muito mais emoção, graças a Deus!
Em segundo, não teria tido nenhuma preocupação em estar certa nesta ou naquela situação, em ter razão, teria tido, sim, apenas bons momentos, sido simplesmente feliz. Ser absolutamente certa é tão pequeno, seja no momento, seja, sobretudo, quando a questão já está desbotada pela ação do tempo, quando até se torna hilária, quiçá ridícula!
            Como não tenho mais a preocupação de marcar posição, a partir de agora vou apenas viver de acordo com o que penso, ou melhor, com o que sinto! Sei que a nossa vida é escrita um pouco a cada dia e, hoje, penso que mudar a cor da tinta que usamos é mera questão de escolha. Assim, passei a usar, a cada dia, cores mais e mais suaves, ditadas pela experiência e pela ótica da minha abençoada maturidade.
            Que bom: como as estações do ano, somos também feitos de mudanças!

                                                                              Amorosamente, Aliris

                                                                                     17.08.2014