segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015



O TEMPO PODE VOLTAR?



         Essa foi a pergunta que me fez Isabela, minha neta de seis anos, poucos dias depois do último Natal.
         No primeiro momento, distraída e sem muito entender, respondi que, às vezes, pode. E dei como exemplo o Natal que se comemora a cada ano. E ela, na persistência própria da idade, me disse que queria que voltasse o Natal que tínhamos comemorado recentemente.
         Disse a ela que haverá outras festas de Natal, preparadas com o mesmo carinho de sempre, mas aquela – como as passadas e as que ainda virão – foi única, inigualável.  Aproveitei para explicar, em linguagem que ela pudesse entender, que cada momento, cada dia, cada fato, cada acontecimento é único e, por isso, é preciso viver cada um plenamente. Eles podem ou não voltar, mas cada um é um, é incomparável...
         Disse-lhe também que, no inverno, quando a paisagem está mais triste, o frio nos castiga e tudo já parece mais cinza, a lembrança daquele Natal de tantas alegrias poderá aquecer nossos corações. Só não lhe falei, é claro, do sentido, para mim, da palavra inverno naquele contexto. Sei que um dia ela entenderá o duplo significado desse nosso delicioso “filosofar”.
         Mas, para que tudo ficasse, por enquanto, no plano do concreto, prometi a minha netinha que, no próximo mês de julho, faremos uma ceia igualzinha à do Natal! Só para amenizar a saudade e já começarmos a pensar nos preparativos, presentes que faremos ou compraremos, como colocar os enfeites que, a cada ano, une a família por duas ou três tardes para distribuí-los pela casa.
         A nossa conversa me deixou muito feliz porque sei que a família legou a ela o encanto do Natal que, com absoluta certeza, será legado... legado... legado!  


Amorosamente, Aliris
20.01.2015


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