O TEMPO PODE VOLTAR?
Essa foi a pergunta que me fez Isabela,
minha neta de seis anos, poucos dias depois do último Natal.
No primeiro momento, distraída e sem
muito entender, respondi que, às vezes, pode. E dei como exemplo o Natal que se
comemora a cada ano. E ela, na persistência própria da idade, me disse que queria
que voltasse o Natal que tínhamos comemorado recentemente.
Disse a ela que haverá outras festas de
Natal, preparadas com o mesmo carinho de sempre, mas aquela – como as passadas
e as que ainda virão – foi única, inigualável. Aproveitei para explicar, em linguagem que ela
pudesse entender, que cada momento, cada dia, cada fato, cada acontecimento é
único e, por isso, é preciso viver cada um plenamente. Eles podem ou não voltar,
mas cada um é um, é incomparável...
Disse-lhe também que, no inverno,
quando a paisagem está mais triste, o frio nos castiga e tudo já parece mais
cinza, a lembrança daquele Natal de tantas alegrias poderá aquecer nossos
corações. Só não lhe falei, é claro, do sentido, para mim, da palavra inverno
naquele contexto. Sei que um dia ela entenderá o duplo significado desse nosso
delicioso “filosofar”.
Mas, para que tudo ficasse, por
enquanto, no plano do concreto, prometi a minha netinha que, no próximo mês de julho,
faremos uma ceia igualzinha à do Natal! Só para amenizar a saudade e já
começarmos a pensar nos preparativos, presentes que faremos ou compraremos,
como colocar os enfeites que, a cada ano, une a família por duas ou três tardes
para distribuí-los pela casa.
A nossa conversa me deixou muito feliz
porque sei que a família legou a ela o encanto do Natal que, com absoluta certeza,
será legado... legado... legado!
Amorosamente, Aliris
20.01.2015
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